sábado, 7 de abril de 2007

Jet lag

Há questões que me tiram o sono, senão vejamos: A Venezuela tem uma diferença horária de menos 4 horas que Portugal (portanto se aqui forem 19:00 da tarde lá serão 15:00). Uma viagem de avião entre estes países é de sensivelmente 8 horas. Se sairmos de Portugal por volta das 10:00 horas chegamos lá ás 18:00, que na hora venezuelana são apenas 14:00. E agora eu pergunto: Se assim é, quanto tempo ao certo demorou a viagem? 8 ou 4 horas? Sim, porque na realidade, se chegarmos la com a hora portuguesa (ou seja 18:00) e ajustarmos à hora venezuelana (14:00) o que acontece com as 4 horas entre elas? Voltaram atrás? Porque repeti-las vai significar termos voltado atrás no tempo, não? Isto já para não falar que então nesse caso, o dia não teria 24 mas sim 28 horas! E isto intriga-me!

Mas mais impressionante que este facto é o mesmo, mas invertido: Porque se sairem da Venezuela às 10:00 e chegarem a Portugal às 18:00, logo se aperceberão de que têm que adiantar os vossos relógios 4 horas, ou seja, chegam às 18:00 mas logo passam prás 22:00. E então o que é feito das 4 horas entre elas? Desapareceram? Isso significa que esse espaço de tempo não existiu? Que esse dia teve apenas 20 horas?

Alguêm que me dê respostas, porque de já tanto ter dissertado sobre isto, até eu já sofro de Jet Lag.

domingo, 1 de abril de 2007

O Mistério da Travessa

Pois é. Poderia ser o mote para um verdadeiro policial, digno de grandes aclamações por parte dos críticos e da Opinião Pública. Ou então servir de título para uma pequena série de suspense, a realizar por um qualquer canal de televisão. Mas não, não é nada disso.

O Mistério da Travessa é algo que me acompanha desde há algum tempo; algo que, na minha sincera inocência, me revolve as entranhas do cérebro e me permite divagar sem medo de cair no ridículo.

Vou então passar à contextualização desta magnífica entorce cognitiva: estamos numa qualquer cerimónia, mais ou menos informal, com público, anfitriões, convidados - é este o cenário do mistério.
A cerimónia acaba. O público aplaude, os anfitriões agradecem a aderência e os convidados o reconhecimento por parte de todos. É aqui que acontece o insólito. O anfitrião, num acto de boa fé, resolve presentear o(s) convidado(s) com uma «pequena» lembrança. Eis que chega o embrulho, algumas vezes acompanhado de um ramo de flores. Os olhares curiosos arregalam-se e o público sustêm a respiração naqueles breves momentos em que o convidado decide se rasga o papel ou se cumpre com o protocolo de «tira pela fita-cola porque assim para o ano aproveita-se o papel».

O que será a «pequena lembrança»? Uma pintura de um qualquer artista contemporâneo? Um livro? Um jogo de xadrez? Não.
É uma travessa. Mas não é uma travessa qualquer; pode ser transparante, de cristal, quem sabe. Tem palavras no meio que podem dizer a quem foi oferecida a querida travessa, ou a instituição/entidade que o fez. Às vezes comete-se uma loucura e põe-se a data e o local.

O(s) convidados agradecem. Fingem-se surpreeendidos, como se nunca tivessem estado numa outra cerimónia e não tivessem visto alguém - ou até eles mesmos - a receber a travessa. Fingem-se satisfeitos pela sua recompensa. Porque depois de três horas de latim dispendido, uma travessa é mesmo aquilo que eles querem receber.

Porquê? Pra quê?
Será que alguém acredita que aquela travessa vai ficar exposta no melhor lugar da sala, para que, quando alguém entrar, a possa ver?
Será que alguém vai, num Domingo de festa, tirá-la do canto que ocupa e servir nela o lombo assado com batatas e laranja a acompanhar?

O Mistério da Travessa assombra o meu pensamento. Talvez precise que alguém me ofereça uma para que possa entender a sua insistente existência.